O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Fernando Collor de Mello à pena de oito anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão foi proferida nesta quarta-feira (31).
O Código
Penal brasileiro estabelece que o condenado com pena superior a oito anos de
prisão, a exemplo do político, deve começar a cumpri-la em regime fechado.
Collor, no entanto, só será preso após o julgamento de eventuais recursos
apresentados pela sua defesa.
Em
relação ao crime de associação criminosa, o STF considerou que houve
prescrição, ou seja, já se esgotou o prazo para punir o delito.
Collor
foi condenado a 90 dias-multa, cada um deles definido como cinco salários mínimos,
por danos morais coletivos. Os bens, direitos e valores fruto da lavagem de
dinheiro deverão ser devolvidos à União. o ex-presidente também fica impedido
de exercer cargo ou função pública
Na
quinta-feira passada (25), foi decidido por 8 votos a 2 a condenação do
ex-parlamentar. Os ministros Gilmar Mendes e Kassio Nunes Marques foram os
únicos que votaram por sua absolvição. A decisão do Supremo foi tomada na
sétima sessão de julgamento do processo contra Collor, derivado da Operação
Lava Jato.
Entenda
o caso
O caso -
que é um desdobramento da Lava Jato - envolve Collor e outros dois réus, os
empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni
Ramos. Eles também foram condenados: o primeiro a três anos de prisão no regime
aberto e o segundo a quatro anos e um mês de prisão no semiaberto.
Inicialmente,
na denúncia do Ministério Público, Collor foi acusado de receber R$ 29,9
milhões em propina por negócios da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras
na venda de combustíveis. No entanto, para os ministros, a propina seria de R$
20 milhões.
Comprovantes
encontrados no escritório do doleiro Alberto Youssef, além de depoimentos de
colaboradores da operação, foram usados como elementos de prova na ação contra
Collor.
O caso foi
levado à pauta do plenário do STF porque estava próximo da prescrição. O
ex-presidente sempre negou todas as acusações.
*com
Agências
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